segunda-feira, novembro 21, 2005


Tinha aí uns 17 anos quando descobri, verdadeiramente, os The The. Pelos meus ouvidos já tinha passado o hit “This is The Day” (“Soul Mining”, 1983), mas só em 89, na casa de um amigo percebi o que me estava a passar ao lado, ao escutar o fantástico “Mindbomb”.

“The Beat in Generation” era o tema que estava a dar, nas boas rádios musicais que ainda existiam, mas o que me fez render ao seu som foi “Armageddon Days Are Here (again)”, uma poderosa e estranha faixa que, até naquela altura, dificilmente teria airplay merecedor.

Os The The, ou melhor, Matt Johnson (o projecto sempre foi o dele) faziam música pop, mas havia algo de diferente no seu som. Não era descartável, mesmo nas faixas mais cantaroláveis. O álbum “Dusk” (1993) foi o que mais cedeu ao reconhecimento popular e, mesmo assim, nunca chegou a deixar de fazer sentido ouvi-lo.

“Dogs of Lust”, “This is The Night” e “Slow Emotion Replay” passavam com insistência na radio, mas não cansavam. “True Hapiness This Way Lies” era um hino a uma certa forma de vida.

No dealbar do novo milénio, Johnson regressava à negritude de início de carreira (“Burning Blue Soul”, 1981 e “Infected”, 1986) com “Naked Self” – um dos álbuns mais injustamente ignorados dos últimos anos.

Na memória ainda guardo a soberba interpretação de “Boiling Point” em Paredes de Coura. Só retenho Matt, a sua voz, a guitarra e uma lâmpada sobre a sua cabeça.

Para quem quiser entrar no universo do músico britânico deve, urgentemente, comprar “45RPM” – uma colectânea editada em 2002, e visitar o seu sítio em http://www.thethe.com/.

Biografia: http://www.thethe.com/sections/utilities/bio.html
Discografia: http://www.thethe.com/sections/utilities/discography.html
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